
O depoimento do ex-prefeito de São José de Ribamar (MA), Eudes Sampaio, no Supremo Tribunal Federal (STF), trouxe uma nova reviravolta ao caso que envolve três deputados do Partido Liberal (PL): Josimar Maranhãozinho (MA), Pastor Gil (MA) e Bosco Costa (SE). A oitiva levantou dúvidas sobre a existência de um vínculo direto entre os parlamentares e uma suposta cobrança de propina na liberação de recursos da saúde.
Segundo Sampaio, ele foi procurado por Josival Cavalcanti, conhecido como “Pacovan”, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como operador do esquema. No depoimento, o ex-prefeito destacou que Pacovan não citou nomes de deputados nem afirmou explicitamente que a cobrança estava ligada a emendas parlamentares. “Ele deu a entender que era emenda, mas não falou o nome de ninguém. Nem chegou a falar que era emenda parlamentar”, relatou.
O secretário de saúde do município, ao verificar a origem dos recursos, também não encontrou “nome de parlamentar nenhum” no sistema, reforçando a suspeita de que a verba poderia ser de bancada e que os deputados poderiam ter sido alvos ou vítimas do esquema, sem envolvimento direto.
Iniciada em 2020 por denúncia do próprio ex-prefeito, a investigação agora considera o depoimento de Eudes Sampaio peça central para esclarecer se houve participação dos parlamentares ou se eles apenas sofreram impactos indiretos. O caso segue em análise na Justiça, enquanto o STF avalia os próximos passos.