
Réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por ofensas ao ministro Alexandre de Moraes, o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) se reuniu com o magistrado no mês passado para pedir desculpas. O encontro ocorreu após Otoni ter chamado Moraes de “lixo”, “canalha” e outros adjetivos em transmissões ao vivo. O parlamentar teme a perda de seu mandato devido a essas declarações.
Durante a reunião, Otoni entregou uma carta manuscrita ao ministro, na qual expressa seu arrependimento e reconhece que, “tomado de forte emoção”, ultrapassou os limites ao ofender Moraes. O deputado, que na época era vice-líder do governo de Jair Bolsonaro, se tornou alvo de uma decisão de Moraes que determinou a quebra do sigilo bancário de parlamentares no inquérito dos atos antidemocráticos.
Otoni relatou que o encontro durou cerca de 15 minutos e descreveu Moraes como gentil e respeitoso. Ele afirmou que, apesar de continuar a criticar decisões da Suprema Corte, essas críticas serão sempre de natureza institucional, evitando ataques pessoais. O parlamentar enfatizou que “não é bom para o diálogo democrático” ultrapassar o limite da crítica.
O deputado foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em julho de 2020 por difamação, injúria e coação. Em 2023, o STF aceitou a acusação e Otoni se tornou réu, com o relator sendo o ministro Kassio Nunes Marques. O julgamento pode resultar na perda de seu mandato, e ainda não há previsão para a decisão da Corte.
Na carta, Otoni expressa seu desejo de se redimir, afirmando que sua honra como político e pastor foi afetada pelas decisões judiciais. Ele reconhece que seu comportamento foi inaceitável e pede perdão, ressaltando os riscos que sua conduta representa para sua carreira política e sua imagem diante da família e da Igreja. O STF não se manifestou sobre o caso até o momento.