Brasília — Em quatro meses à frente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin tem buscado reduzir tensões com o Congresso Nacional enquanto enfrenta reclamações internas na Corte. O período tem sido marcado por debates sobre limites institucionais, articulações políticas e divergências em torno da proposta de um código de conduta para ministros, defendida por Fachin, mas vista com cautela por parte dos colegas.
Tentativas de diálogo com o Congresso
Desde que assumiu a presidência do STF, Fachin intensificou conversas com lideranças parlamentares para evitar o agravamento de conflitos entre os Poderes. As movimentações ocorreram após reações do Legislativo a decisões judiciais recentes e a declarações de ministros sobre temas considerados sensíveis pelos parlamentares.
Entre os pontos de atrito estão discussões sobre possíveis limites à atuação do Judiciário em pautas legislativas e críticas de parlamentares ao que classificam como interferência do Supremo em matérias de competência do Congresso.
Insatisfação entre ministros
No ambiente interno do tribunal, Fachin enfrenta resistência à proposta de implementação de um código de conduta voltado ao comportamento dos próprios ministros. Integrantes da Corte afirmam que o tema deve ser tratado de maneira mais discreta, para evitar desgastes institucionais em um momento de maior exposição pública do Supremo.
Apesar das divergências, Fachin mantém a defesa de que regras internas mais claras podem fortalecer a credibilidade do tribunal e antecipar soluções para questionamentos futuros sobre conduta e transparência.
Crises paralelas e impacto institucional
A gestão de Fachin ocorre em meio a um cenário externo de debates sobre a atuação do STF e pedidos de parlamentares por mudanças no modelo de indicação de ministros. As pressões cruzadas aumentam a necessidade de articulação interna e de diálogo com o Legislativo para evitar novos episódios de instabilidade entre os Poderes.
Nos próximos meses, decisões de grande repercussão devem manter o Supremo sob atenção política, o que tende a ampliar o protagonismo e, ao mesmo tempo, o nível de cobrança sobre a Corte e seu presidente.
