Não conheço o deputado Josimar de Maranhãozinho, tampouco a sua esposa e creio que, caso os encontre em meio a uma multidão, não os reconheceria, mas acompanho as coisas políticas do Maranhão e não poderia, evidente, não analisar o fenômeno político que ele representa.
O Maranhão político é feudal e vale muito as questões de grupos e famílias politicamente estruturadas, o que pode representar a facilitação da vida pública ou a inviabilização política de alguém.
Exemplos não faltam. Qual os argumentos que fizeram a senhora Roseana ter tanto sucesso político? Suas qualidades intelectuais? Articulação ideológica? Nada disso, caso ele tivesse nascido na COHAB e em vez de Sarney tivesse um sobrenome qualquer, talvez nunca adentrasse aos Leões.
Nas esquerdas tem o exemplo Conceição Andrade, inicialmente uma jovem advogada das classes populares e, um dia, foi ungida como princesa das esquerdas, com o compromisso de ser obediente e subserviente aos comandos superiores.
Fez-se prefeita e ousou desobedecer, não deu outra, de uma “Margareth Thatcher tupiniquin”, tornou-se o “vírus da traição” e nunca mais levantou voo.
O deputado Josimar, de cara, tem um fator singular: não pertence a nenhum grupo, quer de esquerda ou de direita.
É o perfeito self made man. Por outro lado, creio que só cresceu porque as turmas hegemônicas, quer de esquerda ou de direita não se aperceberam do fato, já que ele vicejou, inicialmente, por pequenos municípios. Ao notarem o fato era um fato consumado.
Parece, de longe, a mim, ser de grande esperteza política, e um exímio cumpridor de acordos, tanto que manteve uma aliança com o comunista Dino e obviamente desfrutou dos frutos dessa aliança, sem, contudo, se transformar em um subserviente aos moldes de Elisiane Gama. Manteve-se somente e simplesmente Josimar.
De repente ações policiais espetaculares e espetaculosas e essa última me chamou a atenção: foi determinada por forças estaduais, que seguem a orientação do governador comunista Flávio Dino, exatamente no momento que, ao que tudo indica, Josimar caminhará um caminho diverso ao volumoso governador maranhense, com grande chance de se perfilar ao lado de Bolsonaro.
Isso decreta uma sentença de morte
Conheço os comunistas desde Marx e sei que construir não é a prática dessa gente, destruir é a regra, amar eles não possuem nenhuma vivência, desconhecem os tempos verbais desse verbo, porém no odiar e perseguir ninguém os iguala.
O comunista dos Leões tem formação comunista exemplar do berço e sonha ser comparado, no futuro, com outro maranhense notável, que por anos pousou de conservador, mas a história mostra que nunca esqueceu os seus tempos de esquerda, na Bossa Nova da UDN (os mais velhos sabem do que estou falando).
E darei um exemplo de assassinato político e eleitoral de adversários (poderia dar outros).
Pleito acirrado para o governo do Maranhão, 1994, Cafeteira praticamente eleito, às vésperas da eleição a Rede Mirante noticia que Cafeteira havia assassinado o tal Reis Pacheco.
A partir desse momento, o Maranhão inteiro acreditou ser o Cafeteira um cruel mandante de um crime vil. Cafeteira tentou desmentir no último dia, mas teve um pequeno problema: a Mirante desligou os transmissores.
Mesmo assim, ainda foi preciso uma rapinagem no TRE e a senhora Roseana “ganhou” por uma diferença mínima de 18 mil votos.
O tempo passa, mas o gênio dessa peripécia está vivo e ainda é ouvido e um dos alunos mais aplicados transita em meio aos leões.
Não faço juízo de valor, mas recorro a minha experiência de mundo, de médico, de perito, de jornalista e de advogado penalista, entre tantas outras, para desconfiar, já que o STF, que criou o crime das fakes, ainda não teve a ousadia de criar o crime da desconfiança, sou livre, pelo menos, para desconfiar.
Mas toda sacanagem política só é perfeita se tiver jornalistas safados, outro fato me chamou a atenção.
Como está posto, no episódio foi apreendida uma arma, e nas empresas havia cheques e dinheiro: tudo foi colocado como se fossem provas de um crime ou crimes.
Boa sacanagem. Portar arma, ter cheque e dinheiro só será crime se a arma não tiver o regular registro e os cheques e dinheiro serem de origem criminosa.
Ninguém se preocupou com isso, pois a ideia é, primeiro, criminalizar, segundo, destruir uma reputação, terceiro liquidar politicamente o acusado e, depois, se tudo for mentira, arquiva-se o feito, mas a pessoa já estará definitivamente lesada e agredida.
Repito, finalmente, não conheço e nunca troquei uma só palavra com o deputado Josimar e sua esposa, mas conhecendo o Maranhão e suas malandragens dá para desconfiar que mais que uma ação policial, está em curso mais uma tentativa de assassinato político de alguém.
Como o horizonte para o governador se torna cada vez mais nebuloso, aviso aos seus adversários que o jogo será cada vez mais brutal contra quaisquer possíveis adversários.
O tempo, às vezes, é o senhor da razão, porém nem sempre o é.
Tenho dito
Tenho dito.
Bentivi.