
O União Brasil estabeleceu um prazo de 24 horas para que seus filiados deixem cargos de livre nomeação no governo federal, sob pena de serem considerados infiéis ao partido. A decisão foi formalizada em uma resolução assinada pelo presidente nacional da legenda, Antônio Rueda, nesta quinta-feira (18).
Atualmente, o partido ocupa o Ministério do Turismo, com Celso Sabino, e possui indicações em outras pastas, como as Comunicações e a Integração e Desenvolvimento Regional. No entanto, a medida afeta diretamente os filiados que ocupam cargos de confiança em ministérios, estatais e autarquias da administração pública federal direta ou indireta.
A resolução foi aprovada após reportagens do portal UOL e do Instituto Conhecimento Liberta (ICL) vincularem o nome de Antônio Rueda a investigações da Polícia Federal sobre suposto envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Embora Rueda ainda não seja formalmente investigado, o partido expressou solidariedade ao dirigente e criticou o momento da divulgação das informações, sugerindo um uso político da estrutura estatal para enfraquecer a legenda.
A medida também reforça o distanciamento do União Brasil da base de apoio ao governo Lula, alinhando-se ao Progressistas (PP) na federação União Progressista. Ambos os partidos haviam estabelecido um prazo até o final de setembro para que seus ministros deixassem o governo, mas o União Brasil antecipou essa decisão para 24 horas, indicando um movimento mais incisivo de oposição.
Até o momento, o ministro Celso Sabino não se manifestou publicamente sobre a resolução, e sua permanência no cargo é incerta. A expectativa é que ele se pronuncie nas próximas horas, considerando que o prazo estipulado pelo partido expira nesta sexta-feira (19).