A presença de mulheres na política brasileira tem avançado de forma gradual, porém ainda enfrenta barreiras significativas, especialmente em cargos de liderança. Atualmente, somente três das 26 Assembleias Legislativas do Brasil são presididas por mulheres, o que destaca a desproporção de gênero no cenário político nacional.
Entre as exceções, Alliny Serrão, do União Brasil, foi reeleita presidente da Assembleia do Amapá em uma votação unânime. Formada em Direito, ela já havia servido como vereadora em sua cidade natal, Laranjal do Jari, antes de se tornar deputada estadual. Ao lado de Alliny, estão Iracema Vale, do PSB, que lidera a Assembleia Legislativa do Maranhão, e Ivana Bastos, do PSD, que preside a Assembleia da Bahia.
Iracema Vale, natural de São Luís, é filha de um taxista e de uma professora, e mãe de dois filhos. A enfermeira de formação e funcionária pública federal entrou para a política há trinta anos e, em 2022, foi a deputada estadual mais votada do Maranhão, recebendo 105 mil votos. Por sua vez, Ivana Bastos exerce seu quarto mandato na Assembleia da Bahia e assumiu a presidência após o afastamento de seu colega Adolfo Menezes.
Essas três líderes políticas destacam particularidades que enfrentam ao ocupar posições de liderança em um ambiente predominantemente masculino. Elas relatam experiências de preconceito e a necessidade de provar sua capacidade em um cenário onde os estereótipos de gênero ainda são fortes. Alliny Serrão ressalta que, para mulheres, há uma cobrança maior sobre sua competência: “É preciso lidar com uma cobrança maior para provar capacidade, enquanto o estereótipo e o preconceito impõem barreiras que, em grande parte, não são vivenciadas por colegas homens”, afirmou.
Ivana, por sua vez, compartilha que, na primeira campanha, recebeu um apoio significativo de seus colegas, mas na segunda, sentiu um aumento nas dificuldades e questionamentos. “Enfrentei mais desafios e resistência. Alguns homens não aceitam que uma mulher ocupe um espaço de poder e tentam bloquear esse avanço. Esse processo foi marcado por tentativas de judicialização e manobras para desacelerar as eleições, demonstrando o quanto precisamos evoluir na política em relação à presença feminina”, contou.