
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) manifestaram, em conversas reservadas, a necessidade de que decisões sensíveis — proferidas por Alexandre de Moraes — sejam referendadas no plenário da Corte. A medida visa fortalecer a legitimidade institucional e evitar reações adversas à atuação monocrática do relator. 
Em agosto de 2024, Moraes determinou o bloqueio da plataforma X (antigo Twitter) no Brasil. Após críticas internas, alguns ministros insinuaram que a decisão causou impactos além do previsto — levando-o a recuar e adotar um encaminhamento via sessão plenária. 
A revista The Economist (via BBC News Brasil) criticou o que chamou de “poderes surpreendentemente amplos” exercidos por Alexandre de Moraes. Segundo a publicação, decisões monocráticas em casos políticos sensíveis devem ser evitadas — e muitos apontam que julgamentos importantes, como o de Jair Bolsonaro, deveriam tramitar no plenário para preservar a imparcialidade e a confiança pública no STF.  
Esses movimentos refletem preocupações sobre o equilíbrio entre agilidade decisória e legitimidade institucional. Ao adotar decisões solitárias em temas polêmicos, mesmo que juridicamente justas, há o risco de enfraquecer a confiança da sociedade e provocar reforço da percepção de ativismo judicial. A opção por deliberar no plenário, com ampla participação, tende a fortalecer a credibilidade da Corte.
O recado silencioso dos colegas de tribunal a Alexandre de Moraes ressoa como um alerta: a independência judicial não está acima da necessidade de equilíbrio e colegialidade. Em contextos delicados, recorrer ao plenário é sinal de responsabilidade institucional — e também de preservação da imagem do STF como guardião imparcial da Constituição.