
Após uma derrota significativa no Congresso Nacional, o governo federal estuda novas medidas para equilibrar as contas públicas e conter o impacto estimado de R$ 46 bilhões nas contas da União ao longo dos próximos dois anos. Entre as alternativas em discussão estão o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o corte de parte das emendas parlamentares.
A derrota ocorreu após a rejeição de um projeto considerado prioritário pela equipe econômica, que previa ajustes fiscais e mudanças em benefícios tributários. A decisão do Legislativo foi interpretada no Palácio do Planalto como um duro golpe à política de controle das despesas e ao plano de estabilização fiscal do governo.
Nos bastidores, técnicos do Ministério da Fazenda avaliam que o aumento temporário do IOF poderia gerar uma arrecadação adicional entre R$ 10 e R$ 15 bilhões por ano, enquanto a limitação das emendas de relator e individuais poderia resultar em economia próxima de R$ 20 bilhões.
Contudo, o corte nas emendas tende a enfrentar forte resistência política, especialmente entre os parlamentares da base aliada, que veem na medida um risco de enfraquecimento de suas ações nos estados e municípios. Já o aumento do IOF é criticado por economistas e pelo setor produtivo, que alertam para os efeitos negativos sobre o crédito e o consumo.
Dentro do governo, há quem defenda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adote uma postura de maior diálogo com o Congresso antes de anunciar qualquer medida impopular, buscando recompor a base e evitar novos embates.
Enquanto isso, o Ministério da Fazenda corre contra o tempo para apresentar um plano de compensação até o fim de outubro, a fim de evitar rebaixamentos de confiança por parte de agências internacionais e garantir a execução do orçamento de 2026 sem romper o novo arcabouço fiscal.