
Brasília – Documentos apresentados à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) apontam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria sido alvo de uma tentativa de fraude envolvendo sua aposentadoria. A suspeita é de que houve solicitação de transferência irregular do benefício, segundo relatórios anexados às investigações.
O caso veio à tona em meio ao escândalo que já revelou um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões de segurados em todo o país. De acordo com estimativas, as fraudes podem ter movimentado mais de R$ 6 bilhões nos últimos anos.
A CPMI, instalada no Congresso, tem apurado responsabilidades e recebido documentos da Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal (PF) e do próprio INSS. Os relatórios indicam falhas de segurança no sistema previdenciário, o que teria permitido a atuação de grupos que tentavam manipular dados de beneficiários, incluindo figuras públicas.
O episódio aumenta a pressão sobre o governo. A oposição tem reforçado os pedidos de convocação de autoridades ligadas ao INSS e ao Ministério da Previdência, comandado por Carlos Lupi (PDT). Deputados e senadores afirmam que o caso demonstra fragilidade no controle de benefícios e cobram medidas urgentes.
O Palácio do Planalto ainda não se pronunciou oficialmente sobre a suposta tentativa de fraude na aposentadoria do presidente. Em ocasiões anteriores, o governo declarou que está empenhado em identificar os responsáveis e ressarcir os aposentados prejudicados.
O ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, ao ser ouvido pela CPMI, reconheceu que houve falhas no sistema do INSS e atrasos na adoção de medidas preventivas, mas negou qualquer responsabilidade direta sobre as fraudes. Segundo ele, a pasta já havia iniciado ações de correção antes mesmo das denúncias ganharem repercussão nacional.
A comissão deve ouvir novos depoimentos nesta semana e aguarda o envio de laudos técnicos para confirmar a autenticidade das tentativas de transferência de benefícios. Parlamentares avaliam que o caso envolvendo o presidente Lula pode acelerar a quebra de sigilos e ampliar o alcance das investigações.