Já dizia o saudoso Chacrinha “Quem não se comunica se trumbica”. Nunca essa frase se encaixou tão bem em um cenário político como esse que estamos vivendo em 2022. Todos sabemos que em tudo que fazemos é necessário que haja uma comunicação eficaz. No que diz respeito ás eleições, a decisão do voto é motivada por três importantes fatores nesse processo de conversação: 1- a empatia que deve ser estabelecida com os eleitores, 2- apresentação de propostas que visam a transformação social e 3- a mobilização pública em período de campanha.
Para que os candidatos busquem maior proximidade com o público, recorrem a comunicação virtual. Diferente dos anos anteriores, é possível observar em 2022 uma campanha maciça nas redes sociais e sites informativos. Neste cenário, fica o seguinte questionamento: o período que estamos vivendo diz respeito a uma política midiatizada ou a uma mídia politizada? Fica difícil saber do que estamos tratando quando temos um sistema midiático carregado de falsas informações e ataques pessoais.
Não vemos nos sites e redes sociais uma competição honesta, mas contemplamos um sistema de informação onde o objetivo é tirar o espaço do outro, promovendo seus próprios interesses em busca de votos. O que era para ser um lugar para comunicação e interação se tornou uma arma de poder que busca reconhecimento pessoal, custe o que custar. A verdade é que no fazer político midiático o x da questão não é apresentar propostas e propor esclarecimentos, mas defender interesses particulares, ou, no máximo, os interesses de outras pessoas na qual se tem como espelho. O que era para ser uma ferramenta de informação se tornou na verdade um ringue. Hoje em dia a política não se trata apenas de uma campanha nas ruas, mas de um movimento midiático que tem poder para eleger ou derrubar qualquer candidato.
A comunicação amplia significativamente o público e os eleitores, é por isso que muitos crescem os olhos e implantam na sociedade discursos de amor e ódio. Por que ao invés de fazer uma política midiatizada, fazemos uma mídia politizada? Não precisamos descer o nível, nem manipular opiniões, nem impor que o outro escolha um lado. Que façamos apenas a nossa parte, cada um com o seu ponto de vista, comunicando conforme o seu ideal sem afetar o ideal do outro. Que cada um, com base no que acredita, possa lutar por uma nação mais justa, democrática, que gera oportunidades e agrega valores.
Por Paula Tavares
O Povo Brasileiro é Democrático.