O retorno do horário de verão em 2024 foi recomendado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta semana para conter o estresse energético causado pela crise hídrica. Em entrevista coletiva, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse também que outras alternativas para o “plano antiapagão” são estudadas. A decisão final, que deve sair até o início de outubro, é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — por enquanto, nenhuma decisão foi tomada sobre o assunto.
No plano de contingência para garantir a segurança do fornecimento de energia ao país, apresentado na quinta (19), o ONS disse que “é prudente e viável” a volta do horário de verão, considerando o planejamento até 2026.
Esse relatório surge em um momento em que o próprio ONS admite enfrentar dificuldades para garantir o atendimento da demanda por energia.
Anteriormente, também neste mês, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio (Mdic), classificou como “boa ideia” o retorno do horário do verão.
O país está na pior seca dos últimos 94 anos, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais.
A retomada do horário de verão seria uma forma de estender o tempo de geração das usinas solares e acompanhar o pico de demanda de energia elétrica, evitando acionar usinas térmicas mais caras.
O chamado “horário de ponta”, ou seja, de mais gasto de energia elétrica no país em dias úteis, é entre 18h e 19 horas.
Por outro lado, o parque de geração solar deixa rapidamente de gerar energia neste mesmo intervalo de tempo: é o fim da radiação solar ao anoitecer. Como não há controle sobre os ventos dos parques eólicos, não é possível garantir que essa fonte de energia renovável “dará conta” da demanda — o que faz com que o ONS precise recorrer às usinas térmicas, com produção estável, para dar maior confiabilidade ao fornecimento de energia elétrica ao país.
As usinas térmicas, além de não serem fontes de energia limpa, são mais caras. Em 19 de agosto, um levantamento do Valor mostrou que o custo marginal de operação (CMO) subiu para R$ 1.248 por megawatt-hora (MWh), quando, sem o acionamento, o valor não tinha chegado a R$ 500/MWH.
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