O governo Lula iniciou uma nova investida para enfraquecer a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.
A estratégia inclui entregar cargos do segundo escalão nos Estados, como diretorias do Banco do Nordeste (BNB), além de superintendências da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), informou o jornal O Estado de S. Paulo, nesta quinta-feira, 9.
O governo também está pressionando ministros de partidos aliados, principalmente do União Brasil, para ajudar a conter a CPMI. O presidente Lula exige apoio no Congresso Nacional como moeda de troca para manter no cargo o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, apesar das acusações contra ele.
O Planalto acredita que uma CPMI agora atrapalharia votações importantes, como a da nova âncora fiscal e a da reforma tributária. Conforme apontado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o governo não conta com apoio suficiente na Casa para aprovação das matérias.
Autor do pedido de investigação dos atos de 8 de janeiro, o deputado André Fernandes (PL-CE) revelou que três colegas retiraram as assinaturas do requerimento, mas outros cinco aderiram. Hoje, o requerimento tem o apoio de 191 deputados e 35 senadores.
Na sessão da quarta-feira 8, na Câmara, Fernandes reproduziu um áudio antigo de Lula defendendo CPIs. As discussões foram acaloradas. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), protestou e houve bate-boca. O deputado Miguel Ângelo (PT-PR) afirmou ter sido agredido pelo colega José Medeiros (PL-MT).
Dos 59 deputados do União Brasil, 28 foram favoráveis à criação da CPMI. Da legenda, até o momento, somente o deputado Chiquinho Brazão (RJ) removeu o nome do requerimento. No MDB, 12 congressistas e outros oito do PSD também endossaram o pedido. Todas as três agremiações foram contempladas com ministérios no governo.
Para que a CPMI seja instalada, é necessário o apoio de 171 deputados e 27 senadores. “Estou trabalhando para que nossos aliados retirem as assinaturas, sim”, admitiu o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). “Quem é governo não pode querer essa CPI.”
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