Aliados de Jair Bolsonaro (PL) tentam fazer com que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, assine um convite formal a mão endereçado ao ex-presidente brasileiro para a cerimônia da sua posse, em Washington, no próximo dia 20. Essa seria uma espécie de “última cartada” para que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decida pela devolução do passaporte de Bolsonaro para ir à capital americana.
Segundo pessoas próximas do ex-presidente, o filho 02 de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que acumula o posto de secretário de relações institucionais do partido bolsonarista, fez contatos diretos com o filho de Trump, Donald Trump Jr., para conseguir o documento.
Após a defesa de Bolsonaro apresentar à Corte um e-mail com o convite à posse, Moraes pediu uma comprovação do pedido e repassou a solicitação para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste.
Indiciado por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro está com o passaporte retido pela Justiça desde fevereiro do ano passado, após operação da Polícia Federal (PF) mirar na preparação de ações antidemocráticas.
Depois que o pedido para ir à posse de Trump foi apresentado pelos advogados de Bolsonaro na semana passada, Moraes afirmou que a solicitação não tinha os “documentos necessários”, já que a mensagem havia sido enviada por um “endereço não identificado” e “sem qualquer horário ou programação do evento a ser realizado”.
Na segunda-feira, a defesa do ex-presidente afirmou a Moraes que o convite para a posse de Trump é o próprio e-mail apresentado.
O ex-presidente Bolsonaro negou qualquer possibilidade de aproveitar a viagem para fugir do país.