Ao contrário do que muita gente pensa, as fases do luto não seguem uma lógica linear. Cada sujeito passa por elas de forma singular, de acordo com a situação que as provocou, o repertório comportamental, a bagagem emocional e a história de vida. Veja, a seguir, quais são as 5 fases.
Negação
É muito difícil aceitar que uma pessoa ou algo não faz mais parte da nossa vida e a morte escancara o quão decisiva essa sentença pode ser. Dessa forma, o indivíduo enlutado costuma rejeitar essa notícia, não tentando acreditar na possibilidade de que essa perda realmente tenha acontecido.
Trata-se de um mecanismo de defesa, em que a pessoa tenta proteger a si mesma de uma verdade sofrida, que pode provocar impactos negativos na sua saúde mental. A fase da negação, então, não tem um prazo determinado para acabar, podendo durar minutos, dias, semanas, meses e até mesmo anos.
Nessa fase é comum que a pessoa enlutada prefira o isolamento social, se fechando em uma bolha, na tentativa de fingir que aquilo não aconteceu de fato.
Raiva
Outra fase comum do luto é a raiva. Nessa fase, como o próprio nome já diz, o indivíduo sente muita raiva do que aconteceu. Raiva de ter que lidar com a perda. Junto a ela, a angústia, desespero, medo, culpa e frustração podem se manifestar, tornando o enlutado mais propício a ter atitudes impulsivas, ríspidas e desagradáveis.
Algumas pessoas que convivem com um enlutado que está na fase da raiva podem tentar trazê-lo de volta à realidade. Porém, ele tende a reagir com agressividade, sendo incapaz de aceitar a perda.
É comum que a pessoa enlutada tenha atitudes autodestrutivas, como beber em exagero, brigar com desconhecidos, destruir suas próprias coisas e criar o hábito de fumar, por exemplo. Assim, a revolta é o ponto-chave dessa fase.
Barganha ou negóciacão
A fase da barganha é bem delicada, uma vez que o enlutado tenta adiar os temores da situação causadora do luto. Nessa fase, os pensamentos que a pessoa tem a fazem acreditar que as coisas podem voltar a ser como antes. Sendo assim, a pessoa tenta “negociar” consigo mesma ou com os outros para que isso aconteça.
A pessoa enlutada negocia consigo mesma ou com a entidade superior em que acredita na tentativa desesperada de aliviar a sua dor. Nessa fase, é comum que o indivíduo tenha pensamentos do tipo “e se eu tivesse feito isso” ou “se eu fizer X coisa, posso reverter a situação” e mesmo que ela entenda a impossibilidade desses feitos, ela os alimenta para consolar a si mesma.
Depressão
A depressão é uma das fases mais intensas do luto, escancarando o sofrimento por trás daquela perda. É o momento em que a pessoa se apega intensamente à dor causada pela perda do ente querido ou pelo fim de algum ciclo e essa conexão estabelecida é usada para se prender à depressão por tempo indeterminado.
Essa fase é marcada pelo choro copioso, isolamento, crises de ansiedade e dificuldade para retomar a vida normal, ainda que minimamente bem para enfrentar as demandas
Aceitação
A aceitação é o último estágio do luto, mesmo quando a experiência não é linear. É o momento em que a pessoa enlutada consegue, ainda que minimamente, compreender a nova realidade constituída pela ausência de não ter mais aquilo ou não estar imersa no mesmo ciclo.
É importante mencionar que aceitar não quer dizer que a dor foi embora, mas sim que a pessoa aprendeu a conviver de forma mais saudável com ela. A saudade sempre estará presente, mas o enlutado consegue ressignificar esse sentimento de perda e começar a dar novos passos, ainda que pequenos.
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